quinta-feira, 24 de março de 2011

modo viagem

Começo a sair, aos poucos, do “modo viagem”. Ontem chegamos ao Salgado Filho por volta das dez da noite. Em casa, vim direto pro computador olhar as fotos, fui dormir às duas. Hoje, acordei com a campainha às oito da manhã. Era a Lili, minha colaboradora doméstica, que encontrou a casa tal qual a deixou, duas semanas atrás.

Quando falo em “modo viagem”, falo de um estado de espírito bom, mais aberto, sensível a toda e qualquer novidade. Significa também uma parada no tempo: o espaço físico é diferente, mas vamos armazenando informações a partir do que já conhecemos, então todas as viagens pregressas retornam mais frescas à memória, como se fossem uma única viagem: “Este foi o melhor café da manhã de hotel” ou “Este lago é quase tão bonito quanto o Titicaca”. Os sentidos ficam mais aguçados.

Existem algumas precauções para que a viagem seja boa para todos. A Cíntia e eu conversamos sobre o assunto. Segundo ela, dois é melhor do que três. Em três, pequenas implicâncias podem se agravar quando o elemento neutro decide tomar partido. Tanto eu quanto ela tivemos experiências nos dois modos. Na ida a Punta del Este, com a minha prima e uma amiga dela, por exemplo, criamos uma antipatia mútua eu e a tal amiga, que só se atenuou com a chegada da Sílvia, direto de Washington, para contrabalançar as coisas.

Com a Vanessa e a Noêmia foi diferente, primeiro porque as duas são bastante civilizadas (e ambas amigas minhas); e, segundo, porque tratamos de promover um encontro antes da viagem para que elas se conhecessem (ideia da Vanessa, numa mostra da sua inteligência elevada!).

As viagens a dois também podem ser um desastre – e também tenho experiência nisso! –, mas, em geral, sem partidários ou mediadores, as duplas procuram se entender.

O importante é que cada um saiba o que espera da viagem: o que não pode faltar, que lugares deseja conhecer, quanto pretende gastar, que distância aceita caminhar – e lembre que não é preciso ficar grudado o tempo todo!

Um comentário:

  1. Sábios comentários ! Concordo contigo! Acho que sempre voltamos melhores de uma viagem, seja para onde for ...
    Eu pessoalmente, a partir do momento que entro no avião já me sinto diferente.
    Li em uma revista de bordo alguma coisa assim:
    "Viajar de avião... os pensamentos que surgem vendo o mundo do alto podem mudar sua trajetória..."

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