terça-feira, 28 de dezembro de 2010

cenas de final de ano



[caption id="attachment_1922" align="aligncenter" width="500" caption="Natal na casa do Fabrício: Mayumi e a mãe da Ingue"][/caption]




[caption id="attachment_1923" align="aligncenter" width="500" caption=""Estava em liquidação, não resisti" (Mir, sobre o presente do Ivan)"][/caption]



[caption id="attachment_1924" align="aligncenter" width="500" caption="A aniversariante do mês, entre as tias Noemia e Sílvia"][/caption]



[caption id="attachment_1925" align="aligncenter" width="500" caption="Só dá ela! (cadê meu anel de joaninha?)"][/caption]



[caption id="attachment_1926" align="aligncenter" width="500" caption="Encontro multicultural numa tarde de sábado: Noemia, Leo, eu, Roger, Dhruv e Sílvia."][/caption]





[caption id="attachment_1927" align="aligncenter" width="528" caption="Festa do Sinfeeal: queridíssimas"][/caption]

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

caxias do sul, 4/12/81

Hoje fui almoçar na mãe, e ela me veio com uma “preciosidade”:



Caxias do Sul dia 4-12-1981

Querido papai mamãe e Fabrício.
Eu não quero voltar para casa.
Aqui tem comida igual aí.
Eu estou brincando muito.
Eu estou brincando mais
é de professora. Eu quero ficar aqui
até o sábado até o dia 12 de
desembro é o outro sábado. Eu gos-
to muito daí mas deixe eu ficar
mais um pouco. Eu estou ganhando
um picolé por dia e trez bananas.
No dia quatro a Elenise comeu
4 bananas. A Elenise é uma
macaca. Nós duas gostamos
de tudo amarelo. No dia 3
a nona Julha veio e o nono Vilho.


(O pai estava no hospital e eu fui pro exílio, em Caxias)

*


Os três últimos posts estão todos na linha "recordar é viver". Deve ser o Natal...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

a reforma

Engraçado, eu estava dando uma geral nos meus textos velhos e encontrei um exercício feito para a Oficina do Assis Brasil, em 2008, que nem cheguei a entregar porque o achei muito literal, sem valor literário. Como recordação, porém, é válido:

Comecei a semana derrubando portas e paredes. Meu irmão desocupou o apartamento e decidi me mudar para lá. Antes, porém, a reforma. Chamei o Ireno, que é mestre-de-obras, e, na segunda-feira de manhã, ele apareceu com o Vítor e o Amarildo. Um é pedreiro, o outro, azulejista. O Amarildo é a cara do Ireno, perguntei se eram parentes. “Sim, irmãos”. Meu pai chama o Ireno de Joãozinho Trinta, contei a ele. “Sabe quem é?”, perguntei. “Claro”, ele disse. “Grande Joãozinho Trinta”!

Eles retiraram os azulejos, a pia enorme de granito, os armários da cozinha. Essas coisas me doem um pouco, fico querendo reaproveitar tudo, de alguma forma, mas, no fim, acabo jogando fora e comprando novo.

Nesse primeiro dia, enquanto eles quebravam, eu pensava o quanto de parede derrubaria. Toda ou um pedaço? Ou nada? Olhei para ela tão lisinha, tão branquinha, os cantos tão definidos arrematados pelo rodapé novo. “Por que ainda precisas de uma parede?”, me perguntou, à tarde, a analista. “Ora, para apoiar a televisão”, eu disse. “Não seja tão literal”, ela disse. “Bem, não estou só no mundo, tenho pai, mãe, avós, bisavós, uma história, qual o problema de querer apoio? Devo prescindir deles?”

Pedi a opinião do pedreiro, precisava saber o que dava e o que não dava para fazer, assim eu decidiria. Puxar uma tomada aqui pode? E derrubar aquela parede? E se eu quiser colocar uma porta de correr no banheiro em vez desta aí? “Pode tudo”, ele disse. “Exceto trocar as peças de lugar”.

Em quatro dias, os azulejos e duas portas foram removidos e uma das paredes se transformou na base de um balcão. Um pedaço de gesso do teto veio abaixo junto com os azulejos e sabe-se lá o que provocou um vazamento no apartamento da vizinha. No quinto dia, os estragos foram consertados. Sonhei com tijolos, reboco e poeira e acordei com o telefone. É o Ireno, oito em ponto. Devia estar só esperando o horário redondo para ligar. Dia de pagamento. Ou, como meu pai gosta de dizer: "pay day".

 A semana chegou ao fim, e eu continuo com trena, caneta e bloquinho a medir paredes, estudar móveis e materiais e imaginar como ficariam na sala. O apartamento é uma aldeia bombardeada. Pedaços de concreto, azulejos quebrados. Meus cabelos estão duros de pó. Penso no chuveiro que não está pronto. Na frente do prédio, o homem do container leva a caliça embora. 

*


Ora, nada é por acaso. Achei um gancho:

Dedico esse post à minha irmã e ao Ivan, que estão saindo da casa dos pais para iniciar vida de casal! :-)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

pai e mãe

Acabo de vir da casa dos meus pais.

O pai estava na cozinha abrindo uma garrafa de vinho e se explicando: "Faz tempo que não bebo" (um dia? dois?). Eu disse que um cálice fazia bem.

Dali a pouco "traasc"! Eu: "Ih, foi-se o copo". E o pai, da cozinha: "Quem dera fosse o copo". Tinha quebrado a garrafa, na pia, não me pergunte como (só assim pra ele ficar na dose ideal).

Na copa, a mãe, sentada à minha frente, resmungou: "É triste, tá ficando velho". O pai ouviu e, enquanto catava os cacos de vidro na pia, perguntou: "que sujeirama é essa?" e, em seguida, "ah, entendi".

Ele estava se referindo a um resto de leite com aveia que se acumulava na pia. É que durante o almoço a mãe tinha dito a ele que esquecera de tomar café. Depois, ao chegar em casa, ela encontrou a xícara, não se deu conta de que estava cheia (achou que fosse água) e despejou tudo na pia.

Esse foi o diálogo que presenciei. Mais tarde, apareceu a Mirella, de espírito leve.

[ No domingo, quando cheguei pra almoçar, ela se incomodou com a minha presença: "Não tem outro lugar pra ler? Tá me atrapalhando". Eu estava quieta, em silêncio. Protestei: "Não, aqui é mais iluminado". Ela se agitou na cadeira, gritou, me xingou. Acabou aceitando a minha presença/existência. ]

bukowski e o poder da oração

Ontem peguei um livro do Bukowski que ganhei de aniversário, lá em agosto, da minha colega. Até então, não estava muito inspirada em lê-lo, não queria saber de sarjeta. Aí, engraçado, depois de escrever um conto meio sarjeta, fui atraída pelo livro. Digo engraçado porque ficou três, quatro meses à minha vista e eu lhufas pra ele e, agora, estou alternando a sua leitura à do livro do pastor, aquele sobre pensamento positivo e o poder da oração. Tenho me intrigado com essa incapacidade que me acometeu de ler um livro do início ao fim. Eu costumava fazer isso, lia um livro de cada vez, da primeira à última página. Hoje, não. De qualquer forma, quanto à alternância entre o Bukowski e o pastor, parece-me uma boa fórmula. Nem tanto o céu, nem tanto o lodo.

*


Falando em sarjeta, gostei muito da crônica da Diana Corso hoje em ZH (Espelho Abjeto). Só não sei se serve, de fato, para apaziguar o Fabrício Carpinejar. Acho que não.

*


Não achei o link em ZH, vai este (perdoem-me): entrelaços

sábado, 4 de dezembro de 2010

grenal

Sábado, teve churrasco do grupo de corrida. O destaque ficou por conta do Grenal:



Apesar da garra dos colorados...


A vitória foi dos gremistas (6x2).


O que esperar de um grupo que corre sempre de azul?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

I love

Não resisti em publicar o e-mail que a Sílvia me enviou. A alegria é contagiante! 

"Ganhei 26 tacos na promoção da carrocinha aqui em Crystal City: Seja o primeiro a gritar 'I love District Taco' em frente à carrocinha e ganhe 26 tacos!" 



[caption id="attachment_1831" align="aligncenter" width="375" caption="Hum... tem alguma coisa errada. Não consegui contar 26!"][/caption]

muito intrometido

Certos acontecimentos nos fazem lembrar que não somos o centro do universo.

Eu estava preocupada nos últimos dias porque o porteiro do meu prédio não sorria, nem fazia as piadinhas infames costumeiras. Achei que tivesse se ofendido porque o chamei de "intrometido". Eu vinha pensando se devia lhe pedir desculpas ou não, quando me deparei com um aviso no elevador: "Comunicamos o desligamento do funcionário -- ".

Mais tarde, perguntei a uma vizinha se sabia o que acontecera e a resposta foi a seguinte: "Não sei. Só sei que ele era muito intrometido!"