domingo, 21 de junho de 2009

Obama's the guy!

[caption id="attachment_1163" align="alignleft" width="200" caption="Obama e a filha Malia na Dairy Godmother, em Alexandria/VA (AP Photo/Alex Brandon)"](AP Photo/Alex Brandon)[/caption]

A Sílvia escreve de Washington D.C.:

O Obama veio com as filhas tomar sorvete na sorveteria do meu bairro hoje de tarde, do lado do café que eu vou toda hora (com os toldos verdes, lembram?). A Noemia tem fotos comendo sorvete lá.

E a mãe da Sílvia responde:

Precisamos ir lá tomar sorvete também. Não podemos ficar atrás do Obama e da Noemia!

sábado, 13 de junho de 2009

insensibilidade feminina?

12 de junho, dia dos namorados, intervalo de aula: na lixeira do banheiro feminino, sobre a pilha de papéis-toalha brancos e amassados, o vermelho vivo de uma rosa.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

o burro ativo

Outro dia, minha amiga Canciam usou a expressão "burro ativo" para descrever um tipo muito frequente, segundo ela, em sala de aula. É aquele colega ultraparticipativo, que tem opinião sobre tudo e faz questão de manifestá-la a todo instante, geralmente acompanhada de muitos exemplos pessoais desprovidos de qualquer interesse para os demais colegas.

Comentei o assunto em casa e meu pai apresentou uma variação de significado. Segundo ele, o burro ativo é o sujeito que toma a linha de frente, mostra muito entusiasmo, mas nenhuma habilidade em desempenhar as tarefas a que se propõe. O resultado é que o restante do grupo acaba sendo obrigado a empreender um esforço extra, dando início a uma série de ações de bastidores para contê-lo e evitar danos maiores.

Meu pai citou então um amigo seu, que conhecíamos de nome – um típico burro ativo, disse ele. Minha irmã interveio, constrangida: “Mas, pai, ele morreu!” (quando o burro ativo se vai, o sentimento de proteção que ele desperta só aumenta).

A meu ver, o tema mereceria um estudo sociológico, antropológico ou coisa que o valha. Embora, aparentemente, todo povo esteja apto a produzir os seus espécimes, acredito que no Brasil eles encontrem estímulo maior. Isso em razão de uma característica própria do brasileiro, a cordialidade, descrita por Sérgio Buarque de Holanda em O Homem Cordial.

A palavra cordial vem do latim cor ou cordis, que significa “coração”. Portanto, o homem cordial não é necessariamente gentil, e sim alguém que age movido pela emoção no lugar da razão. Essa característica se relaciona a uma série de outras presentes na nossa cultura, como a dificuldade em distinguir o público e o privado, o desapego às formalidades e a instituição do “jeitinho”.

No que toca ao tema deste post, o homem cordial é capaz de mobilizar um batalhão para não magoar um burro ativo.

O burro ativo é como os loucos e as criancinhas.

sábado, 6 de junho de 2009

39 contos

Durante a oficina literária que cursei no ano passado, o professor Assis costumava contar uma série de “causos” das turmas anteriores. As guerras e situações absurdas que se instauravam entre os colegas. Na época, ouvíamos a tudo entre incrédulos e bem-humorados. Foi só neste ano, ao darmos início à edição do nosso livro conjunto, que pudemos compreender de fato o que ele dizia. Por motivos variados, do nosso grupo inicial de 16, restaram 13. Muito me entristeceu a saída dos colegas. Mas o interessante é que agora temos 39 contos na coletânea de número 39.

Isso só pode significar algo.

Algo o quê? Sei lá, responda você.

***



Eu e a Stela aprovamos hoje o Caminho do Livro como local de lançamento da coletânea. Será no dia 1º de agosto, às 11h30.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

a gênese da palavra "batata"

De uns dias pra cá, minha rotina mudou um pouco. Omito detalhes para não ouvir indagações além das que já ouvi neste momento de alguma incerteza. Pessoas que me conhecem há muito tempo se surpreendem, especialmente as amigas mais próximas, que enxergam em mim qualidades louváveis, e também inaptidões pétreas.

Não me inscrevi em um doutorado sobre a gênese da palavra batata (adoro batata!), como pensou meu tio. Nem na continuação do “Como amar e ser amada nos dias de hoje” (embora tenha recebido o convite por e-mail). Apenas me matriculei no cursinho sem muita convicção.

Depois de 18 anos, é um mundo novo voltar ao cursinho. Não tenho mais palpitações ao enxergar o Zé Tamanquévis (sim, ele continua lá!), nem sei se isso é bom ou ruim (vá lá, é bom...!). Também não sei se aguentarei até o final do ano. Na primeira semana, tudo era lindo; agora, ando por aí de óculos, com cara de sono e crises de identidade.

Às vezes, me vem um princípio de certeza de estar no caminho certo: desde que entrei na AL, algumas coisas que pareciam distantes se tornaram mais próximas. Tento enxergar como partes de um mesmo mundo o sério, o engravatado, o criativo e o espontâneo. É verdade que me peguei sonhando com pessoas gigantes saindo de caixas. Mas eram pessoas gigantes SAINDO de caixas – não sendo encaixotadas.

Elas saíam e representavam um pequeno espetáculo diante da plateia. E eu olhava pra minha colega (a Noemia) e me agoniava por estar chegando a nossa vez. Tenho um certo medo de acabar encaixotada – é óbvio, entre caixa e caixão há mais do que semelhanças morfológicas.

Por hora, o jeito é sair da caixa e ensaiar o meu número, até me convencer dele.

Sei lá.

***


Amanhã, à tarde, estarei no Caminho do Livro, trecho da rua Riachuelo, entre a Borges de Medeiros e a General Câmara, que é fechado aos sábados (alguns), das 10h às 16h, para abrigar uma feira de livros. A Stela irá também. É lá que pretendemos lançar a nossa coletânea desAMORdaçados, se nenhum colega mais resolver sair até a data do coquetel.