terça-feira, 28 de dezembro de 2010

cenas de final de ano



[caption id="attachment_1922" align="aligncenter" width="500" caption="Natal na casa do Fabrício: Mayumi e a mãe da Ingue"][/caption]




[caption id="attachment_1923" align="aligncenter" width="500" caption=""Estava em liquidação, não resisti" (Mir, sobre o presente do Ivan)"][/caption]



[caption id="attachment_1924" align="aligncenter" width="500" caption="A aniversariante do mês, entre as tias Noemia e Sílvia"][/caption]



[caption id="attachment_1925" align="aligncenter" width="500" caption="Só dá ela! (cadê meu anel de joaninha?)"][/caption]



[caption id="attachment_1926" align="aligncenter" width="500" caption="Encontro multicultural numa tarde de sábado: Noemia, Leo, eu, Roger, Dhruv e Sílvia."][/caption]





[caption id="attachment_1927" align="aligncenter" width="528" caption="Festa do Sinfeeal: queridíssimas"][/caption]

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

caxias do sul, 4/12/81

Hoje fui almoçar na mãe, e ela me veio com uma “preciosidade”:



Caxias do Sul dia 4-12-1981

Querido papai mamãe e Fabrício.
Eu não quero voltar para casa.
Aqui tem comida igual aí.
Eu estou brincando muito.
Eu estou brincando mais
é de professora. Eu quero ficar aqui
até o sábado até o dia 12 de
desembro é o outro sábado. Eu gos-
to muito daí mas deixe eu ficar
mais um pouco. Eu estou ganhando
um picolé por dia e trez bananas.
No dia quatro a Elenise comeu
4 bananas. A Elenise é uma
macaca. Nós duas gostamos
de tudo amarelo. No dia 3
a nona Julha veio e o nono Vilho.


(O pai estava no hospital e eu fui pro exílio, em Caxias)

*


Os três últimos posts estão todos na linha "recordar é viver". Deve ser o Natal...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

a reforma

Engraçado, eu estava dando uma geral nos meus textos velhos e encontrei um exercício feito para a Oficina do Assis Brasil, em 2008, que nem cheguei a entregar porque o achei muito literal, sem valor literário. Como recordação, porém, é válido:

Comecei a semana derrubando portas e paredes. Meu irmão desocupou o apartamento e decidi me mudar para lá. Antes, porém, a reforma. Chamei o Ireno, que é mestre-de-obras, e, na segunda-feira de manhã, ele apareceu com o Vítor e o Amarildo. Um é pedreiro, o outro, azulejista. O Amarildo é a cara do Ireno, perguntei se eram parentes. “Sim, irmãos”. Meu pai chama o Ireno de Joãozinho Trinta, contei a ele. “Sabe quem é?”, perguntei. “Claro”, ele disse. “Grande Joãozinho Trinta”!

Eles retiraram os azulejos, a pia enorme de granito, os armários da cozinha. Essas coisas me doem um pouco, fico querendo reaproveitar tudo, de alguma forma, mas, no fim, acabo jogando fora e comprando novo.

Nesse primeiro dia, enquanto eles quebravam, eu pensava o quanto de parede derrubaria. Toda ou um pedaço? Ou nada? Olhei para ela tão lisinha, tão branquinha, os cantos tão definidos arrematados pelo rodapé novo. “Por que ainda precisas de uma parede?”, me perguntou, à tarde, a analista. “Ora, para apoiar a televisão”, eu disse. “Não seja tão literal”, ela disse. “Bem, não estou só no mundo, tenho pai, mãe, avós, bisavós, uma história, qual o problema de querer apoio? Devo prescindir deles?”

Pedi a opinião do pedreiro, precisava saber o que dava e o que não dava para fazer, assim eu decidiria. Puxar uma tomada aqui pode? E derrubar aquela parede? E se eu quiser colocar uma porta de correr no banheiro em vez desta aí? “Pode tudo”, ele disse. “Exceto trocar as peças de lugar”.

Em quatro dias, os azulejos e duas portas foram removidos e uma das paredes se transformou na base de um balcão. Um pedaço de gesso do teto veio abaixo junto com os azulejos e sabe-se lá o que provocou um vazamento no apartamento da vizinha. No quinto dia, os estragos foram consertados. Sonhei com tijolos, reboco e poeira e acordei com o telefone. É o Ireno, oito em ponto. Devia estar só esperando o horário redondo para ligar. Dia de pagamento. Ou, como meu pai gosta de dizer: "pay day".

 A semana chegou ao fim, e eu continuo com trena, caneta e bloquinho a medir paredes, estudar móveis e materiais e imaginar como ficariam na sala. O apartamento é uma aldeia bombardeada. Pedaços de concreto, azulejos quebrados. Meus cabelos estão duros de pó. Penso no chuveiro que não está pronto. Na frente do prédio, o homem do container leva a caliça embora. 

*


Ora, nada é por acaso. Achei um gancho:

Dedico esse post à minha irmã e ao Ivan, que estão saindo da casa dos pais para iniciar vida de casal! :-)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

pai e mãe

Acabo de vir da casa dos meus pais.

O pai estava na cozinha abrindo uma garrafa de vinho e se explicando: "Faz tempo que não bebo" (um dia? dois?). Eu disse que um cálice fazia bem.

Dali a pouco "traasc"! Eu: "Ih, foi-se o copo". E o pai, da cozinha: "Quem dera fosse o copo". Tinha quebrado a garrafa, na pia, não me pergunte como (só assim pra ele ficar na dose ideal).

Na copa, a mãe, sentada à minha frente, resmungou: "É triste, tá ficando velho". O pai ouviu e, enquanto catava os cacos de vidro na pia, perguntou: "que sujeirama é essa?" e, em seguida, "ah, entendi".

Ele estava se referindo a um resto de leite com aveia que se acumulava na pia. É que durante o almoço a mãe tinha dito a ele que esquecera de tomar café. Depois, ao chegar em casa, ela encontrou a xícara, não se deu conta de que estava cheia (achou que fosse água) e despejou tudo na pia.

Esse foi o diálogo que presenciei. Mais tarde, apareceu a Mirella, de espírito leve.

[ No domingo, quando cheguei pra almoçar, ela se incomodou com a minha presença: "Não tem outro lugar pra ler? Tá me atrapalhando". Eu estava quieta, em silêncio. Protestei: "Não, aqui é mais iluminado". Ela se agitou na cadeira, gritou, me xingou. Acabou aceitando a minha presença/existência. ]

bukowski e o poder da oração

Ontem peguei um livro do Bukowski que ganhei de aniversário, lá em agosto, da minha colega. Até então, não estava muito inspirada em lê-lo, não queria saber de sarjeta. Aí, engraçado, depois de escrever um conto meio sarjeta, fui atraída pelo livro. Digo engraçado porque ficou três, quatro meses à minha vista e eu lhufas pra ele e, agora, estou alternando a sua leitura à do livro do pastor, aquele sobre pensamento positivo e o poder da oração. Tenho me intrigado com essa incapacidade que me acometeu de ler um livro do início ao fim. Eu costumava fazer isso, lia um livro de cada vez, da primeira à última página. Hoje, não. De qualquer forma, quanto à alternância entre o Bukowski e o pastor, parece-me uma boa fórmula. Nem tanto o céu, nem tanto o lodo.

*


Falando em sarjeta, gostei muito da crônica da Diana Corso hoje em ZH (Espelho Abjeto). Só não sei se serve, de fato, para apaziguar o Fabrício Carpinejar. Acho que não.

*


Não achei o link em ZH, vai este (perdoem-me): entrelaços

sábado, 4 de dezembro de 2010

grenal

Sábado, teve churrasco do grupo de corrida. O destaque ficou por conta do Grenal:



Apesar da garra dos colorados...


A vitória foi dos gremistas (6x2).


O que esperar de um grupo que corre sempre de azul?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

I love

Não resisti em publicar o e-mail que a Sílvia me enviou. A alegria é contagiante! 

"Ganhei 26 tacos na promoção da carrocinha aqui em Crystal City: Seja o primeiro a gritar 'I love District Taco' em frente à carrocinha e ganhe 26 tacos!" 



[caption id="attachment_1831" align="aligncenter" width="375" caption="Hum... tem alguma coisa errada. Não consegui contar 26!"][/caption]

muito intrometido

Certos acontecimentos nos fazem lembrar que não somos o centro do universo.

Eu estava preocupada nos últimos dias porque o porteiro do meu prédio não sorria, nem fazia as piadinhas infames costumeiras. Achei que tivesse se ofendido porque o chamei de "intrometido". Eu vinha pensando se devia lhe pedir desculpas ou não, quando me deparei com um aviso no elevador: "Comunicamos o desligamento do funcionário -- ".

Mais tarde, perguntei a uma vizinha se sabia o que acontecera e a resposta foi a seguinte: "Não sei. Só sei que ele era muito intrometido!"

terça-feira, 23 de novembro de 2010

suíça

Achei curioso um partido suíço fazer uma campanha de viés conservador e xenófobo com uma imagem tão... como poderia dizer... libertária?


[ Tirei a foto daqui porque estava me incomodando, mas está no link abaixo ]

Partido lança campanha xenófoba na internet e provoca polêmica na Suíça

viajandona

Toda vez que eu vou à casa dos meus pais, minha mãe nos lembra (a mim e a meus irmãos) que tem rezado por nós. Se temos uma novidade boa: "eu sabia, tenho rezado tanto". Se não é tão boa assim: "ah, peço a deus pra abrir os caminhos de vocês, mas vocês têm que rezar também".

Claro, que bom ter a nossa mãe a rezar por nós, isso não se discute. A questão é: precisa anunciar essa preocupação a todo e qualquer comentário? Podemos ficar quietos e infelizes, de vez em quando? Ou quietos e felizes? Ou simplesmente quietos? Não seria isso que a reza deveria propiciar? Mais quietude, menos ansiedade? No nosso caso, acaba gerando pequenos bate-bocas e apelos recorrentes do tipo "pelo amor de deus, dê uma folga pro santo".

É por isso que eu não digo à minha mãe que tenho rezado (eu, uma ateia convicta). Coisa recente, fruto dos livros de auto-ajuda (ou será das suas rezas?).
 
Primeiro foi aquele livro "Pare de reclamar e concentre-se nas coisas boas", que me fez pensar sobre o que eu andava pensando. Depois, peguei emprestado o "Comer, rezar, amar", do qual a parte que mais me agradou foi a Índia (lembro que antes de eu lê-lo uma colega havia dito que tinha gostado dos trechos da Itália e da Indonésia e achado uma chatice a parte da Índia; talvez por eu estar mais familiarizada com as experiências italianas e indonésias, minha impressão tenha sido diferente). Quando falo em interesse pela Índia, não quero dizer que eu pense em ir até lá ou me disponha a lavar chão do templo, mas que me atrai a ideia dos mantras e do "esvaziar a mente".

Minha mãe (sempre ela!) me veio um dia com uma palavra anotada num pedaço de papel. Disse que tinha ouvido alguém na tevê dizer que era um mantra e que repeti-la me traria coisas boas: "zengoldabil". Óbvio que nem a pronunciei, não sabia o que era, vá que fizesse o efeito contrário. Mas resolvi criar uns mantras próprios, tais como "eu sou iluminada" e "tudo vai dar certo" (Mais tarde, comentei isso com uma amiga e ela me disse que eu poderia atrair um poste de luz, o que me atrapalhou bastante: sempre que eu falava "iluminada" me vinha à mente o poste de luz. Substituí o termo por "abençoada", mas mesmo assim a imagem do poste continua surgindo, então eu repito e repito e repito o mantra até ele perder o sentido e virar um zengoldabil qualquer).

Gosto de repeti-los enquanto corro. Funciona assim: ao perceber que um pensamento negativo se espreita, dou-lhe uma examinada rápida, verifico se há algo de novo e, se concluo que é só mais um pensamento viciado, masoquista, que não merece reflexão, eu parto pros mantras: "Eu sou abençoada, tudo vai dar certo, eu sou abençoada, tudo vai dar certo". Depois começo a rir do ridículo da situação, até que o pensamento torto se vai. É como aquela técnica dos meninos de recitar a escalação do time pra evitar uma situação constrangedora.

O fato é que essa história de brincar com mantras despertou forças ocultas e, se numa hora eu estava levinha e faceira, querendo bater asas, em seguida acabei levando uma rasteira, como se o mundo se movimentasse pra me por de volta no chão. Caí, mas me levantei. E me coloquei num pedestal, pelo menos por uma semana (um pedestal não é um lugar pra se ficar por muito tempo).

Quando fui devolver o "Comer, rezar, amar", minha mãe me emprestou um outro livro que ela tinha achado na estante (um livro do meu pai, de 1952 - um clássico da auto-ajuda): "O Poder do Pensamento Positivo", de Norman Vincent Peale. Como eu sempre lhe dou um chega-pra-lá nesse papo de orações ela já me apresentou a obra com um "apesar das carolices...". E é o que estou lendo, despretensiosamente.

Prefiro os meus mantras individuais a orações prontas, mas estou absorvendo o que me interessa. Ainda nessa linha, hoje de manhã, abri meu e-mail e havia um spam sobre um curso de respiração nas montanhas. Me interessei. Na verdade, recebo esses spams há um tempão e sempre me pareceram interessantes, mais por imaginar o lugar como uma espécie de spa do que pelo aspecto da respiração. Bom, em vez de apagar o e-mail, escrevi a eles pedindo mais informações.

Na hora do almoço, despejei todos esses pensamentos sobre a minha colega, coitada, explicando como eu vinha repetindo mantras e até... pasme.. rezando! (hoje vim no carro recitando o Pai Nosso). Ela achou esquisito, eu disse que era uma forma de substituir pensamentos negativos por outros mais positivos e ela achou que era trocar uma obsessão por outra. Será que se eliminam obsessões? (nem sei se é obsessão ou compulsão a palavra certa). Ou será que o máximo que se consegue é substituir uma coisa por outra? Bem, minha colega me mandou largar disso: "Mari, toc não combina contigo, acha outra coisa mais criativa pra botar na cabeça". Mas não, não chega a ser toc.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

problema e solução

Um professor da Canciam estava com o computador aberto em sala de aula e mostrou um e-mail que tinha acabado de receber da filha, de oito anos: 

“Pai, a Bruna (seis anos) acordou com umas manchinhas vermelhas.” 

Logo depois, novo e-mail: 

“Olhei na Internet. Pode ser catapora. Já tranquei ela no quarto.” 

*


Dias depois, aliás, a Canciam quis saber o que era e... confirmado. Era catapora.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

impressionante

... o livro do Celito: "Caso Kliemann, a História de uma Tragédia". Acabo de concluí-lo, quase de um fôlego só. Mesmo para alguém jovem como eu, os personagens estão muito vivos. Quer dizer, há personagens de hoje (o próprio autor, inclusive) inseridos num tempo, numa sociedade de costumes que parecem tão antigos para quem não os viveu, mas que, em verdade, estão logo ali, ontem. 

A história é narrada no presente, intercalada por imagens e depoimentos, compondo uma grande reportagem, que vai dos anos quarenta até os nossos dias.

Dá pra entender o porquê da sessão de autógrafos ter sido tão concorrida.

aquele senhor grisalho de olhos azuis


Sábado, os vizinhos do Fabrício tiveram o prazer de ouvir a mais nova banda do pedaço. É mais um dos brinquedos do meu irmão, o RockBand, uma espécie de videogame. 

Meu tio esteve lá conosco e contou um episódio sobre a casa que está construindo num lugar lindo, numa região de colonização alemã (podia ser italiana). Não sei se o pedreiro foi buscar algum material ou o quê, mas o proprietário da loja de materiais de construção disse ao meu tio, por telefone, que ele teria que ir até lá pessoalmente para fazer uma ficha. Meu tio não entendeu por quê, podia passar os dados por telefone. Ele não aceitou. Meu tio acabou indo à loja, mas não precisou apresentar nada, estava tudo ok. Mais tarde, ao contar o ocorrido a uma amiga da região, ela fez um gesto apontando a pele para explicar o que houvera. Ele não entendeu, e ela foi mais direta: "Queriam ver a tua cor". Ele, que de criança sofria por ser muito branco, agora é bem atendido e lembrado como "aquele senhor grisalho de olhos azuis". 

Conto isso - na Semana da Consciência Negra - e registro uma entrevista que a Canciam comentou comigo na qual o psicanalista Contardo Calligaris afirma o seguinte: "É fajuto falar numa democracia racial no Brasil, ninguém acredita nisso". Mas, ao mesmo tempo, ele questiona: "Se você tiver um filho branco e ele se apaixonar por uma negra, onde seria mais legal para eles viverem, como casal, e para terem filhos?" 

A resposta dele é: "Acho que o Brasil seria um lugar". 

Bem interessante e, além de tudo, ele (o Contardo) é lindo. Para assistir à entrevista: Programa Roda Viva, em 8 de novembro.

sábado, 13 de novembro de 2010

cantada

Estou caminhando na rua agora de manhã quando passa um maloqueiro, daqueles bem sujos, e me larga essa:

- Queria ser rico pra ter uma mulher assim!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

paul mccartney, cultura e julio iglesias

[caption id="attachment_1695" align="aligncenter" width="600" caption="Foto da Ingue"][/caption]

Ainda estão todos em êxtase com o show do Paul. Hoje, no trabalho, a manhã passou sem que eu escrevesse uma única linha. Ficamos das nove ao meio-dia rememorando cada momento. O L., que não foi, começou a falar do papel da mídia na coisa toda, de como o Paul valeria ainda mais depois que morresse e do que ocorreu com outras celebridades. O G. falou da excelência do Paul, de como ele permaneceria para sempre a influenciar as gerações vindouras, enquanto outros, assim que morressem - ou antes disso -, seriam rapidamente esquecidos: "O Julio Iglesias... tu acha que o Julio Iglesias vai permanecer?". 

O L. acusou o G. de preconceituoso. Para um determinado grupo, o Julio poderia permanecer; ele é um produto cultural, como o Paul. Por aí se seguiu... 

[caption id="attachment_1698" align="aligncenter" width="648" caption="A venda de guarda-chuvas prosperou, só não dava pra entrar no estádio com eles"][/caption]

[caption id="attachment_1699" align="aligncenter" width="640" caption="Os Peruzzos, por ordem de idade e tamanho"][/caption]

[caption id="attachment_1697" align="aligncenter" width="640" caption="Maravilhosas. "][/caption]

Como foi: 

O dia começa com a prova de revezamento da Paquetá, disputada em quarteto (10,5 quilômetros para cada uma) no horário do meio-dia, com o sol a pino. Concluo a prova e saio sem me alongar. Enfrento o engarrafamento do shopping, vou pra casa.

A partir das 13 horas, Fabrício e Mirella me ligam lá da mãe pra saber quando eu chego, vão terminar de comer e seguir pro estádio. Acho que não vale a pena chegar tão cedo, mas não posso deixá-los lá enquanto eu descanso (ah, que vontade). Tomo banho, como qualquer coisa, enquanto eles me avisam que já estão no local. Antes das três, eu chego de carro na casa da mãe, estaciono na garagem, subo. 

Mãe: Quer levar um pedaço de galinha?
Pai: Depois, mais tarde, ela leva um nescau pra vocês. 

Desço a pé pro estádio. As pessoas se protegem do sol sob guarda-chuvas e caixas de papelão. Ouço meu nome. É o estagiário da Agência, que veste um saco de lixo preto sobre a cabeça (para atrair mais raios solares?). Ligo pra Mirella, que me informa estar em frente ao museu do Inter. Sim, ela e toda torcida do flamen... ops, do Inter e do Grêmio juntas (Fabrício e Mirella são gremistas). 

Nos encontramos, sento ao lado deles e ali ficamos até as cinco e meia, quando abrem os portões. Meu pensamento não é o Paul McCartney, e sim um pedaço de melancia. O mais próximo disso são os picolés: "Olha o picolé do pal macarter!". Tomo dois, de coco e abacaxi, cinco pila cada um. Ingue e eu saímos um pouco da fila, entramos na loja do Inter pra nos refrescarmos. Estendemos ao máximo a estada, tiramos foto com a taça Libertadores (ela, que também é gremista). 

Quando voltamos, o sol está ainda mais forte. De tempos em tempos alguém se faz de sonso e tenta furar a fila, mas a galera está atenta, neurótica, e grita até o furão sair. Quando finalmente abrem os portões e chegamos à rampa, os peruzzos e gabiattis disparam e eu sinto o peso da segunda prova do dia. Antes de passar na roleta, revistam minha bolsa e confiscam a tampa da minha garrafa de água. Tornamos a correr e encontramos um bom lugar. Ótimo, valeu a pena. Mais sol, mais calor, mais pensamentos delirantes. Ligo pro pai, peço pra ele comprar melancia. Ele se limita a dizer que tem suco de abacaxi (sei... nem suco é; chá de casca de abacaxi, isto sim). Compro cachorro-quente, água, guaraná. Encaro as filas do banheiro químico. 

Atrás de nós, acomoda-se um grupo barulhento. Ingue e eu estamos sensíveis. Ela diz que é com ela, sempre atrai gente assim. Eles cantam músicas num inglês inventado e alternam charutos e cigarros.   

Às nove e pouco, quando o show começa, tudo isso fica pra trás. A mais barulhenta do grupo está aos prantos e eu a relevo. Há um beatle no palco. Cantando para nós. À minha frente, uma dupla de pai e filho - um com uns 50 anos e o outro com uns nove - cantam e dançam todas as músicas, e pulam e olham pros lados. Meu irmão grava imagens do show. Eu aponto uma mulher chorando e ele me diz que também já borrou a maquiagem. Três horas de espetáculo e mais de trinta canções a nos embalar, terminando com um ATÉ A PRÓXIMA em bom português! 

[caption id="attachment_1700" align="aligncenter" width="648" caption="Tem gente que não se toca. Não teve jeito de ficarmos só eu e o Paul."][/caption]

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

laerte

"Há ocidentais que se deleitam em investigar o Oriente. Experimentam comidas exóticas, fazem ioga, visitam a China. Da mesma maneira, por que um homem não pode empreender uma viagem radical pelo planeta insondável das mulheres?" (Laerte, sobre o "crossdressing")

Mais: 
"Cartunista Laerte diz que sempre teve vontade de se vestir de mulher"
"Tenho vergonha de quase tudo que desenhei"

terça-feira, 2 de novembro de 2010

caracoles turbo


Querido Diário:

Los Caracoles acelerou no feriado, mas não sei se repetiria a dose: curvas de beijar o chão, retas a 180 por hora... não é coisa pra todo dia! :-)

domingo, 31 de outubro de 2010

2º turno

Sete e pouco da manhã, chego ao colégio Maria Imaculada para mais um dia de trabalho como mesária. Já perdi a conta das vezes em que desempenhei a função, e sempre que me chamam é a mesma coisa: juro a mim mesma que pedirei dispensa da próxima vez. Depois que passa, acabo deixando por isso mesmo.

Hoje eu estava indócil, como sempre. Atendi os eleitores, andei de um lado pro outro, fiz palavras cruzadas, li o jornal de domingo, a veja, a galileu e outras que estavam por ali, cantei (sim!), fui e voltei do banheiro, da cafeteria, do pátio, anotei nomes exóticos (Osleno, Getterson, Jesner, Jandemar, Ismênia, Leontina, Tilma Windsor, Beno, Clorocilda, Fridalina, Sitamar, Domethilde, Candoca, Lieselote, Brasilina, Jupyra, Esmeralda Generosa, Marselhesa, Alvacir, Jovelina, Delfina, Petrolina, Santa Erotildes, Nagiba, Nyron), até que a urna marcou 17h.

Entre o que aprendi nas leituras: "tudo é uma questão de dose: a noz-moscada, na quantidade que a consumimos, é inócua, mas se você comer uma inteira, terá alucinações por dias". E "até mesmo uma substância aparentemente inocente como o leite causa alterações em nossa percepção, nosso intestino converte alguns de seus componentes em opiáceos (...), em recém nascidos beber leite acaba gerando uma experiência parecida com a da heroína" e "a recompensa é tão boa que a criança quer voltar a mamar de novo".

(No primeiro turno, li sobre os vinte e tantos graus de psicopatia e sobre a morte em cada uma das religiões - aliás, li algo interessante hoje sobre religiões: que, ao responderem perguntas sobre temas religiosos, os que se saíam melhor eram os ateus; em segundo lugar vinham os judeus e, por último, os católicos)

Com os colegas, mais especificamente com a Carol, aprendi sobre divórcio e separação e o que muda com a emenda constitucional nº 66 (a Carol também me ajudou na coleta de nomes exóticos).

Tivemos apenas um incidente.

Em geral, todos chegam amigáveis, solidários com a nossa situação. A exceção à regra foi uma senhora que dormiu com os pés destapados. Ao lhe ser solicitado que apresentasse um documento com foto, disse à Carol que "todos os comerciais estavam mostrando que não precisava". A Carol contestou educadamente, a mulher a chamou de "ignorante", eu ri num primeiro momento, ela disse que não via graça nenhuma, eu disse que também não, estava rindo de nervosa (da sua estupidez). Embora estivesse com todos os documentos, ela os pegou de volta e se foi embora, bufando. Depois, vi que o ano de nascimento dela era 1938 e que ela não era obrigada, portanto, a votar.

Num outro episódio, tentei entabular uma conversa com uma menina de quatro anos.

_ Que linda tua bolsa. É da Barbie?
- ...
- Quantos anos tu tem?
- ... (mostrando os quatro dedinhos)
- E essas chiquinhas, foi tu que escolheu? Ou a mamãe?
- ...

Enquanto eu pensava em algo mais pra dizer, a colega da outra sessão, que divide a sala conosco, me deu o golpe de misericórdia. Disse que se eu não sabia quem era a Polly era melhor desistir (a bolsa era da Polly). Me lembrei da Alice, que assim que me conheceu pediu à sua mãe se eu podia dormir na sua casa.

Ok, ok, a Alice é filha da Lopez, alguém que já animou um Gigantinho lotado... mas...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

correr é bom

Correr está na moda - e pra quem já corre há anos e torce o nariz pra moda, melhor se acostumar. Por onde ando, alguém vem me perguntar como estão os treinos e comentar como estão os seus. Amigos e amigos de amigos estão todos nos parques, no gasômetro, nas ruas. Pessoas que eu vejo engravatadas na AL passam por mim, no final da tarde, de shorts e camiseta.

É compreensível. Correr é bom!

Toda semana tem uma corrida nova, com direito a camiseta, chip, mochila, barra de cereal, medalha e a chance de uma avaliação. Será que melhorei?

Quando me inscrevi no Clube da Endorfina, no início do ano, foi para testar a corrida orientada, e também para socializar, conhecer gente nova. Esta parte não foi tão fácil. Meu grupo é sério! Dorme cedo na sexta pra treinar cedo no sábado. Diferente de outros grupos que conheci nas corridas e que ao término de uma prova já estão perguntando quem vai ao churrasco e quem bebe cerveja (run for fun, com ênfase no fun)!

O treino no sábado é o meu predileto, quando saímos do Parcão em bando, todos bonitinhos, de bonés e uniformes azuis. Descemos a Goethe, entramos na Vasco, viramos à esquerda, chegamos à Redenção e de lá seguimos reto até o Gasômetro. No caminho, os moradores de rua, que até então dormiam, se acordam e nos saúdam. Somos só nós e eles. Nós, a testemunhar o seu despertar pouco confortável, e eles, surpresos com a energia alegre que invade a rua.

Ao final do treino, aquele cansaço bom, as pernas meio bambas e a satisfação pela missão cumprida!

novo secretário

O professor Assis Brasil será o secretário da Cultura do próximo governo. Espalhei a notícia ontem pros colegas de Oficina, que responderam efusivamente. Nosso mestre agradeceu as manifestações e carinhosamente assinou como "Tio Assis".

domingo, 24 de outubro de 2010

jabuticabeira

Para uma pessoa urbana como eu, não pode haver nada mais impressionante (a qualidade da foto não é das melhores porque foi tirada com o celular do Ivan):


Os pedaços faltantes fui eu que comi :-)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

bah...

Estou aqui escrevendo, a TV ligada, a Dilma sendo entrevistada no Jornal Nacional. Toca o telefone. Abaixo o volume da TV e atendo:

- Se você vai votar na Dilma, precisa de uma informação: "Dilma era muito amiga de Erenice Guerra..."

E a voz (gravação) prossegue me contando o que fez e o que não fez a Dilma.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

endorfinados



[caption id="attachment_1545" align="aligncenter" width="512" caption="Grupo de corrida em Punta del Este (5/9/2010)"][/caption]

chá dos 25

Sábado à tarde, estive na livraria Saraiva para o "Chá dos 25", o lançamento da 40ª coletânea de contos da Oficina do Assis Brasil. Frequentei a Oficina no ano retrasado. No ano seguinte, nos ocupamos do lançamento da nossa coletânea (de nº 39) e, neste ano, troquei alguns poucos textos novos com duas colegas, a Mariza e a Stela.

No dia 31, outros três eventos reavivaram o assunto "Oficina": 1) entrega do prêmio Lila Ripoll, de poesia, à Mariza; 2) entrega do Troféu Guri, da RBS, ao professor Assis; e 3) defesa da dissertação de mestrado em escrita criativa do Roger (ainda não li, pois quero reservar momento especial pra me dedicar à leitura). No dia 1º, assisti a aula inaugural sobre a Oficina no curso de Letras da PUC.

Tudo isso é maravilhoso, mas se torna um pouco vazio quando não estamos produzindo. A Mariza me diz por e-mail que achou as celebrações muito aquém do que representou a Oficina para nós, e eu concordo. Mas, antes de pensar numa festa de arromba, preciso ESCREVER.

[caption id="attachment_1555" align="aligncenter" width="576" caption="Quem diria que eu iria ver a Mariza lá na AL (ao lado do dep. Raul Carrion) recebendo prêmio!"][/caption]

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

hola, sol



[caption id="attachment_1523" align="aligncenter" width="442" caption="Ora, quem estava por ali."][/caption]

Não há como não se fascinar com a Casa Pueblo e a história do seu proprietário, que nos recebe como um milagre, ao final de tarde, após a famosa cerimônia do pôr-do-sol.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

mais uma vez, punta

[caption id="attachment_1517" align="aligncenter" width="442" caption="Hola Sol …! Otra vez sin anunciarte llegas a visitarnos. Otra vez en tu larga caminata desde el comienzo de la vida."][/caption]

Cheguei de Punta del Este ontem à noite. Hoje, no trabalho (ou, como diria o Felipe, na “repartição”), a Vanessa me abordou com aquele brilho nos olhos: "E aí, como foi em Punta?" E antes que eu respondesse avistou meus óculos novos, na mesa: "Tu comprou uns óculos de rave?"


Já havia explicado o equívoco para os demais colegas. Minha intenção era comprar uns óculos escuros que protegessem meus olhinhos verdes e sensíveis do sol – e muito leves pra não me atrapalharem na corrida –, mas no estresse do Chuí as coisas nem sempre saem conforme o planejado.  


O fato é que os óculos mais bonitos tinham lente cor de laranja – eram levinhos, como eu queria – e eu não sabia que havia cores diferentes para cada hora do dia. Logo que saí da loja, apareceu um colega: "Que lindos teus óculos, são ótimos pra noite!"

Mais tarde, as possibilidades se ampliaram. "São bons no pôr-do-sol, tu vai ver, no finzinho da tarde". Meno male. Vejam o nível da sofisticação: adquiri óculos específicos para o pôr-do-sol. Ou se leva um assessor de compras ou se volta ao básico.

Fui mais feliz na compra dos tênis. Pedi pra vendedora me indicar um modelo de corrida. Ela apontou uns quatro pares. Um deles chamava atenção. Provei, achei leve demais, ela me disse que era bom. Chamei nosso treinador, que vetou na hora. “Quando tu fizer os 10 km em menos de 50 minutos tu leva, por enquanto fica com esse aqui” (e me apontou um mais gordinho, resistente).

Ele me explicou que os tênis levinhos eram tênis de performance, pra competição, não pra treino. Depois, no ônibus, quando relatei o ocorrido, entrou numa seara DESNECESSÁRIA, informando que o modelo que eu ia comprar era para quem pesa 48 quilos (e não sofre tanto impacto ao correr algumas dezenas de quilômetros).

***


A Canciam quis saber mais da viagem: "Tá, e aí? O lead é os óculos?" Sim, porque havia expectativa com a minha viagem. Sempre há. Em viagens ocorrem fatos inusitados, se vêem coisas novas. Mas, não... Não venci a corrida. Não quebrei a perna. Não me perdi no caminho.


A vida continua.  


E que saudade que deu da minha vidinha! Das perguntinhas inoportunas das vanessas (Canciam e Lopez), da minha casa bagunçada (nem tanto) e aconchegante, da minha irmã indo me buscar e perguntando o que trouxe de presente pra ela (nem um alfajor!), do almoço no temperatto, dos meus e-mails, das corridas no parcão, no cete e no gasômetro.

Punta estava legal. O grupo era ótimo e gostei de conhecer o pessoal mais de perto, mas nada como Poa!, onde me sinto mais querida, mais rica e mais magra.

domingo, 29 de agosto de 2010

o dicionarista e o louco

Comentei com o meu amigo Felipe que gostaria de escrever, um dia, um livro que tivesse mistério, romance e ao mesmo tempo aproveitasse meu aprendizado em lexicografia. Tinha até nome: "O dicionarista". Ok, parece chato, mas há tantos aspectos interessantes no mundo dos dicionários, tantas abordagens filosóficas que eu gostaria de tentar desenvolver de forma atrativa. Disse também pro Felipe que o tal dicionarista teria que ter cometido um crime e estar preso (só um preso ou um louco se dedicaria a fazer um dicionário). Pois bem, o pedante do Felipe (ehehe mentira, nem é!) me informou então (a mim, a mestra) que o livro que eu queria escrever já havia sido escrito!

É "O professor e o louco", de Simon Winchester, que conta o encontro real de duas figuras: o filólogo James Murray, que dedicou quarenta anos da sua vida à edição do dicionário Oxford (vulgo "OED"), e William Chester Minor, um médico esquizofrênico, que matou um cidadão, foi preso num hospício e de lá se tornou o colaborador mais prolífico do dicionário.

O livro começa com o eminente professor indo ao encontro do colaborador, sem saber da sua real condição:

(...) a carruagem tomou a direção de uma longa alameda margeada de choupos altos, detendo-se afinal diante de uma enorme e um tanto ameaçadora mansão de tijolos vermelhos. Um criado com expressão séria encaminhou o lexicógrafo para o andar superior e conduziu-o a um escritório revestido de estantes com livros, onde, por trás de uma imensa mesa de mogno, ergueu-se um homem de importância indubitável. O dr. Murray fez uma reverência sóbria e lançou-se ao breve discurso de saudação que tanto havia ensaiado.

"Muito boa tarde, senhor. Sou o dr. James Murray, da Sociedade Filológica de Londres, e editor do Oxford English Dictionary. É na verdade uma honra e um prazer chegar a finalmente conhecê-lo, pois o senhor deve ser, gentil cavalheiro, meu mais assíduo companheiro de trabalho, o dr. W. C. Minor, não?"

Houve uma breve pausa, numa atmosfera de constrangimento mútuo. O tique-taque barulhento de um relógio. Passos abafados no corredor. Um distante tilintar de chaves. E então o homem por trás da escrivaninha pigarreou e por fim disse: "Lamento dizer, amável senhor, que não sou eu. As coisas não são de modo algum como está imaginando. Sou, na verdade, o diretor do manicômio judiciário de Broadmoor. O dr. Minor com toda certeza se encontra aqui. Mas como interno. É paciente há mais de vinte anos. Nosso mais antigo residente".

Adorei a cena, o "homem de importância indubitável" por trás da mesa de mogno. Percebe-se que o autor se dedicou a ela, pensando nuns três ou quatro eventos para fazer suspense (O tique-taque barulhento de um relógio. Passos abafados no corredor. Um distante tilintar de chaves). Em muitos momentos, porém, ocorre o que eu já imaginava que seria o grande desafio: a teoria lexicográfica e os elementos históricos comprometem o romance. De todo modo, estou curtindo muito (odeio essa palavra) o clima Sherlock Holmes do texto.

***


Mais uma do Felipe, logo após a morte do Saramago:

- Tu tem "A viagem do Elefante"?
- Tenho.
- Me empresta?
- Claro.
- É que não gosto de ler autores vivos.
- !?

ahaha

sábado, 28 de agosto de 2010

atualizações

Como estive fora, preciso retomar alguns eventos. E o faço por meio de fotos: 


Primeiro e mais importante, a Camilinha, minha afilhada, que nos põe num novo patamar (em 27 de junho):   

Camila e as tias corujas


 Depois, tem a Isabel Allende, flagrada na Flip com o desAMORdaçados a tiracolo. O livro também foi relançado no dia 19 de agosto na Bienal do Livro em São Paulo. 




[caption id="attachment_1457" align="aligncenter" width="199" caption="Foto da Mariza, que entrevistou a escritora e a presenteou com a obra."][/caption]

20 de agosto, dia de festa:  





[caption id="attachment_1466" align="aligncenter" width="300" caption="Apesar de ficar mais velha, é sempre tão bom fazer aniversário! Hora de reunir quem nos quer bem e constatar que alguns permanecem há tanto tempo, outros se agregaram recentemente e outros ainda virão."][/caption]




E aqui a nova mania. Nada de trabalho intelectual: da síndrome forrest gump para a corrida:  




[caption id="attachment_1459" align="aligncenter" width="300" caption="10 Milhas Mizuno, em 27 de junho"][/caption]

vigilantes da autoestima

Descobri um blog outro dia que me motivou a escrever de novo. Na verdade, me motivou a escrever para mim mesma – em off. E aí – do off pro on – foi um passo. Escrever para nós mesmos nos permite ser mais honestos, mas também perdemos em alguns aspectos. A possibilidade de alguém ler o que escrevemos nos faz ordenar um pouco melhor os pensamentos. E uma mente ordenada é sempre mais útil. 

Uma vez resolvi dar vazão ao impublicável. Achei que seria terapêutico colocar no papel os pensamentos do jeito que vinham, sem filtro. E o que veio foram choramingos – como se o desabafo por si só pudesse ser mais fiel aos meus sentimentos do que os meus escritos e a minha mente claros. Na época, concluí que a busca por esta fidelidade a mim mesma superava o risco de ter meus escritos lidos por alguém. Ou melhor, achava que o risco era zero. Que a minha mãe, a única que poderia se interessar por eles, jamais mexeria nas minhas coisas, como ela sempre me garantiu. Mais tarde, um namorado ciumento – cujas exigências valiam só para mim e não para ele – e, mais recentemente, uma colega, que é mãe e me diz que remexe em tudo, apesar de jurar de pé junto pro filho que não faz nada disso (“quando tu for mãe, tu vai entender!”) – me fizeram perder essa ilusão. Antes de uma viagem, peguei os meus escritos e fiz uma linda fogueira no chão da cozinha, temendo que se o avião caísse alguém os encontrasse (vá entender esses medos póstumos!). Junto, foi-se um poema da oitava série (o “preso se vive, se vive preso”, ai).

Voltando ao blog: é o Vigilantes da Autoestima. A autora vai contando dia a dia como anda a sua autoestima, o que tem feito de bom para si e onde tem tropeçado. De acordo com o sentimento predominante ao longo do dia, ela escolhe uma casinha – de palha, de madeira ou de tijolo. Uma casinha de palha representa uma autoestima fraca, que qualquer brisa derruba; uma casinha de madeira balança, mas não cai tão fácil; e a casinha de tijolo significa uma autoestima sólida, que não cai ao sabor do vento.

Além de escolher o material da casa, ela aponta ações específicas em “o que fiz de bom por mim” e “o lobo mau interno que me detonou”. Tudo muito didático.  Fiquei com vontade de me vigiar também. Quando fiz terapia, entendia esse tipo de “vigilância” mais como crítica e cobrança do que como autoconhecimento. Um terror.

Acho que a minha casinha de hoje é madeira (e que na maioria dos dias será assim – palha, só num dia de catástrofe, e tijolo, só no dia do meu casamento ahaha!). O que fiz de bom por mim foi sentar para escrever, embora tenha me amarrado para começar. Me boicotei um pouco comendo mais do que devia (novidade!).

sábado, 20 de fevereiro de 2010

book fotográfico

A Vanessa tirou umas fotinhos muito simpáticas de minha pessoa no Rio. Como eu me amo, fiz um pequeno book  :-)

[caption id="attachment_1394" align="aligncenter" width="500" caption="Da esquerda pra direita: 1. belas artemísias!; 2. posso virar pro outro lado?; 3. cenário preferido do Video Show; 4. agora, olhando pra cá; 5. ai, clico o abricó-de-macaco ou a sumaúma?; 6. quanta natureza, chego a perder o equilíbrio."]rio-jbotanico[/caption]

[caption id="attachment_1389" align="aligncenter" width="500" caption="1. sempre lindo; 2. braços abertos; 3. nem te conto!; 4. livraria no morro Santa Teresa; 5. perna pra cá, braço pra lá, coluna reta, sorria!; 6. o que vejo!"]rio-algumas[/caption]

[caption id="attachment_1390" align="aligncenter" width="500" caption="Vamos passear de bondinho em Santa Teresa? Imperdível!"]rio-cristo-do-bonde[/caption]

Tivemos um certo mal-estar no início da viagem, uma vez que eu saía lindona nas fotos e a Vanessa, digamos assim, prejudicada. Nem todo mundo tem jeito pra gisele bündchen, mas ponderei que ela devia se soltar um pouco. Se espichasse um pouco o braço assim, virasse a cabeça um tantinho pra cá... espera que eu tô achando o melhor ângulo...!!!

A Vanessa se irrita à toa.

Mas vamos à verdade: descobri que TALVEZ eu não fosse lá grande coisa como fotógrafa. Jamais suspeitei. Na viagem anterior (Panamá, Costa Rica, Guatemala), a Noemia e a Vanessa tiraram fotos muito coloridas e expressivas e eu... bem... TIVE CERTEZA de que o problema era a máquina! Desde então eu venho lamentando como a minha sony estragou rápido, bela porcaria.

Agora, no Rio, a Vanessa perdeu os últimos pudores e declarou abertamente a minha limitação. Primeiro, neguei a possibilidade, sempre tive um senso estético apurado. Depois, comecei a pensar "será?", e então as terríveis comparações: "Vou tirar uma foto aqui, agora tu faz igual". Bé. O pior: "tu não fez faculdade de jornalismo?". Fiz?

Resolvi recuperar o tempo perdido. Não bastava enquadrar o rosto da Vanessa e a paisagem ao fundo. Precisava observar os quadrantes, destacar elementos, ajustar o foco. E segurar as mãos, os pés, as mochilas e as cabeças dos turistas.

É um tanto libertador assumir dificuldades. A partir daí, podemos decidir se queremos melhorar ou mantê-las. Ou, caso estejamos do outro lado, se podemos aceitá-las. Em geral, escolhemos como amigos aqueles que nivelam conosco. Somos intolerantes com os fracos, os feios, os burros, os chatos. Mas se o infeliz, de uma hora pra outra, tornar-se forte, bonito, inteligente, talvez isso incomode mais.

Quando eu e meus irmãos reclamamos de certas idiossincrasias parentais, por exemplo, meu pai costuma dizer "estamos ficando velhos, vocês têm que ter paciência". Ah, mas não se engane! Meu pai não é tão humilde, só diz isso porque sabe que "um pai sustenta dez filhos e dez filhos não sustentam um pai". Também é importante reconhecer o próprio valor.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

escambopus

Terça-feira de carnaval: Noemia, colegas da Opus e agregadas (eu!) realizaram mais uma edição do tradicional Escambopus, na casa da Janaína. É um encontro que fazemos de tempos em tempos para o escambo de artigos do guarda-roupa que já cumpriram sua missão em nossas vidas. Costumo ir pelo convívio em si, sem qualquer expectativa de trocar alguma coisa, mas surpreendentemente acabo voltando sempre de roupa nova. Das cinco blusinhas que troquei com a Noemia, já usei duas nesta semana.

Como o quórum foi baixo em razão da data, deve sair uma nova edição nos próximos dias, pra podermos despachar logo as sobras pra campanha do agasalho.

Constrangimento - Pois não é que a Noemia teve o desplante de levar pra troca um vestidinho roxo que lhe demos de aniversário há um ano e meio? UM ANO E MEIO! Acabou ficando com a Jana.

[caption id="attachment_1370" align="aligncenter" width="500" caption="Dois casaquinhos de vovó, algumas blusinhas e um xale. Em cima do xale, um abridor de latas que peguei da Noemia por compaixão."]escambopus[/caption]

Já houve até matéria da RBS sobre o Escambopus. Só que nunca foi ao ar! :-)

paracetamol

paracetamolEssa regra da Anvisa exigindo que os medicamentos não fiquem mais ao alcance dos usuários me lembrou um episódio: entrei na farmácia pra comprar uma manteiga de cacau e o atendente perguntou se eu não queria um paracetamol (!!?). Respondi que não, ele insistiu, disse que estava em promoção. Fiz cara feia, repeti que "não, só a manteiga de cacau". E ele: "depois, quando a senhora estiver em casa com dor de cabeça, vai se lembrar de mim". (juro por deus!)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

poa, 50 graus

Está simplesmente impossível dormir. Mesmo com dois aparelhos de ar-condicionado ligados, o calor vence disparado. Cris, me empresta a piscininha de plástico!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

frozen yogurt

frozenEm todas as esquinas tem uma lá no Rio: lojas de frozen yogurt, que vem misturado a frutas, caldas e doces.

Diz a Vanessa Lopez que está pra inaugurar uma no Shopping da Barra aqui em Poa. No Iguatemi já tem.

Ouviu essa, Canciam? Eba!

forte de copacabana

[caption id="attachment_1283" align="aligncenter" width="500" caption="O melhor está dentro: Confeitaria Colombo, fundada em 1894."]O melhor está dentro: a Confeitaria Colombo, fundada em 1894.[/caption]

bondinho de santa teresa

Peixe com dentes, bundas sacolejando e momentos de tensão.

Pero, muy divertido.

[caption id="attachment_1250" align="aligncenter" width="500" caption="Bem comportado esse bonde. "Cadê os neguinho pendurado nos ladu?""]Bem comportado esse bonde. Cadê os neguinho pendurado nos ladu?[/caption]

[caption id="attachment_1267" align="aligncenter" width="500" caption="Sempre Ele, no alto, abençoando a cidade, bonita por natureza. "]Olha lá Ele! Onipresente.[/caption]

[caption id="attachment_1254" align="aligncenter" width="500" caption="Mais uma vista do bondinho, logo no início do passeio."]Logo no início do passeio.[/caption]

[caption id="attachment_1270" align="aligncenter" width="500" caption="É um Gremlin com dentes? Bem, no menu dizia "congro rosa com arroz de brócolis". "]Pausa para o almoço: "É um Gremlin com dentes?". No menu dizia "congro rosa com arroz de brócolis". [/caption]

palácio do catete

No centro, visita ao lar do Getúlio:

[caption id="attachment_1276" align="aligncenter" width="500" caption=""Saio da vida para entrar pra história". Sente o cheiro de pólvora?"]Tá vendo a pólvora ainda fresca?[/caption]

[caption id="attachment_1275" align="aligncenter" width="500" caption="As salas do poder."]As salas do poder.[/caption]

[caption id="attachment_1274" align="aligncenter" width="500" caption="Ensaio sobre lustres."]Ensaio sobre lustres.[/caption]

jardim botânico

Tarde de sol não muito forte, ideal para um passeio no Jardim Botânico:

[caption id="attachment_1263" align="aligncenter" width="500" caption="Todo mundo nu."]Todo mundo nu[/caption]

[caption id="attachment_1262" align="aligncenter" width="500" caption="Eu quero uma casa no campo..."]Robson Crusoé em pleno jardim botânico[/caption]

[caption id="attachment_1261" align="aligncenter" width="500" caption="Horas pra enquadrar a Vanessa entre as folhagens. Ela ainda estava sorrindo."]Horas pra enquadrar a Vanessa entre as folhagens. Ela ainda estava sorrindo.[/caption]

[caption id="attachment_1260" align="aligncenter" width="500" caption="- Mari, olha um artista! - diz Vanessa. - Hein? (fiquei procurando algum pintor em volta, mas pelo menos deu tempo pro click: é o Guilherme Leme.)"]Mari, olha um artista! - diz Vanessa. - Hein? (fiquei procurando algum pintor em volta, mas deu tempo para o click)[/caption]

copa

[caption id="attachment_1251" align="aligncenter" width="500" caption="É isso aí."]É isso aí.[/caption]

água de coco biscoito globo

cristoAh, cidade maravilhosa! Nada como uma semaninha no Rio para voltar renovada! Copacabana, Leblon, samba na Lapa, areia, futevôlei, água de coco, biscoito globo.

Logo que chegamos, o taxista nos contou que a zona sul estava muito tranquila depois que a polícia se instalou nos morros com suas unidades pacificadoras e expulsou os traficantes de lá. “Foram todos pra zona norte e oeste”, nos disse um colega seu.

Um grupinho tentou entrar no nosso táxi e o motora mostrou que estava ocupado. Depois nos explicou: “Não levo barraqueiro!”. Disse que bom seria se tirassem todos os traficantes do Rio de Janeiro. A Vanessa questionou para onde os mandariam. “Sei lá, pra São Paulo!”.

Ehehe: típica camaradagem carioca.

cristo2