terça-feira, 28 de abril de 2009

Schopenhauer e a arte de escrever

Há horas venho tentando ler um livro de Schopenhauer, A arte de escrever. Leitura fácil, leve, mas não tem jeito: cada vez que o pego, releio o prefácio, começo o primeiro capítulo, me ponho a divagar e acabo deixando-o de lado. Talvez porque já nas primeiras páginas o autor assim se pronuncie sobre quem lê demais: “Ah, essa pessoa deve ter pensado muito pouco para poder ter lido tanto!”. E, a respeito de Plínio, o Velho (Gaius Plinius Secundus, almirante romano, escritor e naturalista clássico): “sinto a necessidade de me perguntar se o homem tinha tanta falta de pensamentos próprios que era preciso um afluxo contínuo de pensamentos alheios, como é preciso dar a quem sofre de tuberculose um caldo para manter a sua vida”.

Schopenhauer identifica como principais problemas estilísticos do seu tempo a falta de clareza, a prolixidade e os neologismos, que dariam aparência erudita e profunda a textos sem conteúdo. Segundo ele, esses textos se caracterizam por sentenças curtas, ambíguas e paradoxais, que parecem significar muito mais do que dizem; por uma torrente de palavras, com a mais insuportável prolixidade; ou pelo estilo científico e profundo, no qual o leitor é martirizado pelo efeito narcótico de períodos longos e enviesados. Exemplificando cada um desses estilos, ele cita respectivamente Schelling, Fichte e os hegelianos em geral e complementa afirmando que a ininteligibilidade, artifício dos maus escritores, foi introduzida na Alemanha por Fichte, aperfeiçoada por Schelling e mais ainda por Hegel.

Tudo isso está no prefácio.

Dia desses, eu estava cobrindo uma audiência pública na AL sobre a possibilidade de extinção do Tribunal de Justiça Militar (TJM) quando o desembargador presidente do Tribunal de Justiça, ao qual o TJM é vinculado, citou Schopenhauer: “Quando não se tem razão, desvia-se o assunto”. Estava se referindo à declaração do presidente do TJM de que o fim deste implicaria o fim da Brigada Militar, que “se assenta na disciplina e na hierarquia”. Não sei quem tinha razão. Só sei que o presidente do TJM gritava tanto que não consegui entender direito o que dizia. E o presidente do TJ falava com voz calma e serena, citando Schopenhauer. Claro, não era o TJ que estava ameaçado de extinção. Mas a argumentação desapaixonada soou melhor aos meus ouvidos.

Acho sempre difícil saber onde está verdade. E me impressiono com quem a encontra rápido. Eu caminho para um lado... pro outro... e termino ainda mais confusa do que cheguei. A ignorância não tem limites, a sabedoria sim. Porém, como jornalista, mesmo enxergando só um pedacinho do iceberg, é preciso sair correndo e escrever o que se vê. Felizmente não preciso decidir nada. Basta relatar o que disse um, o que disse outro, o que disseram os deputados... O povo se deixa de fora, não dá pra contemplar a todos. A não ser que seja algo muito importante (geralmente não é). Quem decide o que é importante? Bem...

Taí. Me contradisse toda :-)

***


Gastei um bom tempo desenhando um novo topo no Photoshop. De fuxicos, em homenagem à minha mãe. Pode ser que ele não esteja aparecendo, porque os topos anteriores permanecem. Agora são três, que vão se alternando, aleatoriamente. Quer dizer, "aleatoriamente" é modo de dizer, nada é aleatório em informática.

fama & fortuna

Os amigos e parentes estão ficando grandões. Noemia, que pede para não ter seu sobrenome divulgado na Internet, aparece na capa de jornal de grande circulação (com nome e sobrenome!). Meu irmão surge no Informativo do Vale com dicas de como alcançar a independência financeira.

Outra amiga próxima comunica importante passo de cunho pessoal.

Fica o registro :-)

caminhada literária

[caption id="attachment_996" align="alignleft" width="160" caption="Perdoem. Não é bonitinho? (by Anton Schnaider)"]Perdoem, achei bonitinho :-)[/caption]

Achei que já tivesse ocorrido, mas não! Será no sábado, dia 9 de maio, a próxima Caminhada Literária, orientada pelo Luis Augusto Fischer.

Tomara que chova!

É que, nesse dia, já temos um evento: o casamento do Josimo, que vai parar o Alegrete. Ainda não sei se vamos de van, de carro ou de ônibus, o certo é que vamos.

Bem... se por acaso não chover... está dada a dica:

O quê: Caminhada Literária.
Quando: dia 9 de maio, sábado. Em caso de chuva será transferido para o sábado seguinte (sim, sim!).
Saída: No totem do Caminho dos Antiquários, na Demétrio Ribeiro em frente a Praça Daltro Filho, no encontro das ruas Coronel Genuíno e Marechal Floriano.
Horário: 10h.
Roteiro, 9 de maio: Viaduto Otávio Rocha, Livraria do Globo (rua da Praia), Chalé da Praça XV, Mercado Público, Praça da Alfândega.
Duração: aproximadamente 2 horas.

Quem orienta: Luis Augusto Fischer, formado em letras, é professor de literatura brasileira na UFRGS. Escreve regularmente para os jornais Zero Hora e Folha de S. Paulo, e colabora com as revistas Bravo! e Superinteressante. Tem publicados vários livros de contos, crônicas, ensaios e teoria literária. Seus maiores sucessos de vendas são o "Dicionário de Porto-Alegrês" (1999) e o "Dicionário de Palavras e Expressões Estrangeiras" (2004). Em 2005 publicou seu primeiro texto de ficção, "Quatro Negros". Em 2008 publicou outra novela com o nome de "Duas águas", e em 2009 o "Dicionário Colorado".

domingo, 26 de abril de 2009

gonzo style

Queria ter escrito algo sobre o Dia do Livro (23 de abril). E ido a algumas das atrações que tomaram lugar na cidade em alusão à data. Acho que ontem teve até um Viva o Centro a Pé – Caminho dos Livros, que comentei num post anterior. Mas acabei fazendo outras coisas: de manhã, aula de ioga aberta no parque Marinha; de tarde, teatro; e, à noite, Boteco Bohemia. Agora, tarde de domingo, a máquina de lavar roupa trabalha um pouco por mim, enquanto tento manter o blog vivo. Não sei bem por que o faço.

Esses dias perguntei a três pessoas próximas, que me querem bem, o que achavam de coisas que eu havia escrito e dessa história de manter um blog. A primeira me disse que era muita exposição e que não gostava de texto gonzo. A segunda me perguntou o que eu achava daqueles velhinhos que contam a vida inteira na fila do banco. E a terceira questionou se não era uma forma de eu me desviar de escritos mais relevantes. Essas são minhas amigas, sinceras e sutis.

Na hora, pensei em correr até o computador e apagar todos os rastros deixados no universo virtual até hoje (como se fosse possível lutar contra o Google). Depois, mudei de ideia, não é saudável ser oito ou oitenta. É próprio dos blogs o estilo gonzo, e é preciso esgotar uma fase pra passar à próxima. Ao descrever seu pequeno universo, um autor pode ir adquirindo confiança pra alçar outros voos, testar o que escreve, insistindo, modificando, abandonando ou retomando certas formas de expressão.

Segundo a Wikipedia:

Gonzo é um estilo de narrativa em jornalismo, cinematografia ou qualquer outra produção de mídia em que o narrador abandona qualquer pretensão de objetividade e se mistura profundamente com a ação.

O originador do estilo foi o jornalista norte-americano Hunter S. Thompson. O termo foi cunhado por Bill Cardoso, repórter do Boston Sunday Globe, para se referir a um artigo de Thompson. Segundo Cardoso, "gonzo" seria uma gíria irlandesa do sul de Boston para designar o último homem de pé após uma maratona de bebedeira.

O mais famoso texto gonzo é "Fear and Loathing in Las Vegas" (literalmente "Medo e Delírio em Las Vegas", lançado no Brasil em 1984 pela editora Anima como "Las Vegas na Cabeça"), originalmente uma matéria sobre uma corrida no deserto, a Mint 400, encomendada pela revista Rolling Stone. Thompson gastou todo o dinheiro com drogas e álcool, fez enormes dívidas no hotel, destruiu quartos e fugiu sem pagar. Não cobriu o acontecimento e, no lugar da matéria que deveria escrever, descreveu o ambiente sob seu ponto de vista entorpecido e virou o precursor de um novo estilo jornalístico.

O jornalismo gonzo é por muitos nem considerado uma forma de jornalismo, devido à total parcialidade, falta de objetividade e pela não seriedade com que a notícia é tratada, fugindo a todas as regras básicas do jornalismo. O estilo vigora até os dias de hoje e ganha maior número de adeptos entre jovens, que se interessam pela narrativa literária de vivências e descobertas pessoais em situações extremas ou de transgressão. Se o jornalismo gonzo é ou não um modelo jornalístico, se é subjetivo demais ou se não é digno de crédito, são questões que permeiam o ambiente acadêmico.

O jornalismo gonzo pode ser considerado uma extensão do New Journalism de Tom Wolfe, Lester Bangs e George Plimpton. Outros escritores que poderiam ser classificados como gonzo são P. J. O’Rourke e Timothy Edwars Jones. Kurt Vonnegut pode ser considerado uma espécie de precursor do estilo.

Livros e filmes - As matérias de Thompson viraram livros, que se tornaram best-sellers na categoria; e até filmes: "Where the Buffalo Roam", dirigido por Art Linson em 1980, com Bill Murray no papel de Thompson; e Fear and Loathing in Las Vegas (lançado no Brasil como "Medo e Delírio"), dirigido por Terry Gilliam em 1998, com Johnny Depp no papel de Thompson e Benicio del Toro como seu advogado; além de um documentário feito para a TV em 1978, "Fear and Loathing in Gonzovision".

quarta-feira, 22 de abril de 2009

B52's in POA

Nada como ser adolescente aos 34. Segunda-feira, pré-feriado, junto a centenas de outros jovens adolescentes na faixa dos 35-45 anos, dancei ao som do B52's. Como de costume, cortesia da Noemia. Nunca na história de Porto Alegre se viu público tão animado!

Veja o vídeo no Youtube.

terça-feira, 21 de abril de 2009

como amar e ser amada nos dias de hoje

Sábado, participei de um curso intitulado “Como Amar e Ser Amada nos Dias de Hoje: O Método Sheng nos Relacionamentos”. Sei, não deveria me expor desta forma, mas as amigas perguntam como foi e eu respondo inocente:

[caption id="attachment_940" align="alignleft" width="210" caption="Fabrício e eu em 77. "]Fabrício e eu em 77. Essência ou ajuste criativo?[/caption]

O método Sheng une os cinco elementos da Medicina Chinesa – madeira, fogo, terra, água e metal – aos princípios da psicologia humanista gestáltica. Conforme a ministrante, todos nós temos uma essência, um modo de ser que é só nosso e independe do meio externo. Ao longo da vida, vamos estabelecendo “ajustes criativos” para nos adaptarmos ao meio. E, às vezes, nos distanciamos tanto da nossa essência que nos perdemos no caminho.

[Minha amiga Noemia, versada no tema, sempre me falou em “máscaras” a cobrirem a nossa “essência”. Suponho que as máscaras correspondam aos ajustes criativos.]

Nossa tarefa no curso seria buscar a essência em nós e nos outros. À medida que a psicóloga falava, porém, eu ia me identificando com todo o ciclo da natureza e considerando impossível estabelecer o elemento mais marcante. Ela garantiu que até o final da tarde eu me acharia.

Pediu-nos que caminhássemos pela sala e pensássemos numa forma de cumprimento e numa palavra que definisse o que estávamos sentindo. Pensei em dois beijinhos e em mil palavras simultaneamente. Disse para cumprimentarmos as colegas da forma como havíamos pensado e para dizermos a elas a palavra. Dei meus dois beijinhos, mas não soube o que dizer. “Indecisão”. Pronto, essa era a minha palavra, que saí repetindo de colega em colega.

A palestrante prosseguiu falando sobre os cinco elementos, cada uma das mulheres revelou um pouco de si e eu julguei ter me achado. Sou madeira. Sem dúvida. A professora também era. A madeira é movida pelo conhecimento, pelo saber, pela ação e pela inovação. O fogo, pela família, pelo social, pelo casamento e pelo comando; a terra, pelo relacionamento, pela afetividade e pelo retorno; o metal, pela carreira, pela estabilidade e pela segurança; e a água, pela filosofia, pela espiritualidade e pelo sentido das coisas.

Tivemos então que escrever numa folha um resumo do nosso movimento relacional: da infância até a fase atual, passando pela adolescência e pelos primeiros relacionamentos. Difícil. Grande demais. Que aspecto priorizar? Escolhi um ou outro ponto que me incomodava mais e fui em frente. À medida que avançava, olhando o aperto das demais colegas, ia pensando: agora é que virá à tona quão loucas somos. Dito e feito: nos minutos seguintes, cada uma despejou a sua dose de insanidade (...).

Ao terminar meu relato, a professora perguntou sobre a minha espiritualidade, eu disse que não era nada desenvolvida e ela decretou: “Madeira 3”. Quis protestar, questionar, mas ainda havia outras colegas por se manifestarem e achei por bem me conter. Internalizei o beiço e esperei.

Encerrados os depoimentos, a palestrante pediu que nos reuníssemos em grupos: as madeiras aqui, as terra ali, as híbridas madeira-terra lá, as “metaleiras” acolá e assim por diante (nenhuma água no grupo). Minha única colega madeira sentou-se à minha frente e me saiu com esta: “Bem, nós, madeiras, que não ligamos para casamento nem filhos...”.

Chamei a professora. Só porque não abordei as brincadeiras de boneca na infância e viajei para lá e para cá (em busca de saber e conhecimento? sim, mas para que serve o saber, senão para aprofundar nosso autoconhecimento e os nossos relacionamentos?). Enfim, protestei, e ela me disse que, talvez, então, eu fosse terra com ajuste criativo em madeira e me mandou pro grupo terra e a minha colega para as híbridas madeira-terra.

O grupo terra compunha-se de uma moça (a única mais nova do que eu e bem mais nova do que as demais), que engravidara aos 15 anos, e cuja mãe estava presente (grupo metal), e de uma colega separada, mãe de dois filhos, atraída por homens fogo, mais afeita à família que à carreira... “Que soluções, nós, mulheres de terra, teríamos para os nossos problemas relacionais?”

Ó vida, ó céus, professora, posso mudar de novo? Nós, terra, temos que ter bem claro do quê gostamos (gostar de “homens fogo” não vale!). Temos que gostar de uma profissão, ter interesses próprios e variados etc etc etc.

As mulheres madeira apresentaram como sugestões para si mesmas “expressar o que desejam sem esperar retorno” e “manifestar as emoções”, enquanto as de metal (que costumam carregar os homens nas costas) devem mostrar a própria fragilidade, conseguir impor limites e dizer não.

[Para mim, somos todos terra. Assim que nascemos, precisamos do leite materno e de cuidados constantes. Depois, despertam os hormônios, o desejo de procriar e, cumprida essa missão, resta-nos transmitir o aprendizado e servir de apoio a todo esse mecanismo da natureza. Tudo o que fazemos no meio disso é “ajuste criativo”. A essência é uma, e o resto é ajuste. Evidentemente esses ajustes nos tornam pessoas mais sofisticadas e prolongam a permanência de todos nós neste mundo, isto é, são muito bem vindos.]

Ao final da tarde, formamos um círculo e nos demos as mãos (ai ai...). Cada uma deveria dizer um cumprimento à colega ao lado, até completar o círculo. “Você é minha amiga”, “te adoro”... Na minha vez, empacou. “Não consigo fazer isso!”, foi o que eu disse. Dei dois beijinhos na colega pra desempacar. Desfeito o círculo, voltamos a caminhar pela sala tendo de pensar numa palavra. Pensei em confiança. E, em seguida, pensei no que estava escrito em cada uma das várias xicrinhas de chá que eu havia tomado ao longo da tarde – luta, leveza, terra.

Cumprimentei as colegas mantendo a confiança.

***


Cabe ressaltar que, embora eu apresente as minhas dificuldades com o método, há muitos aspectos interessantes na filosofia chinesa, como os ciclos construtivos e destrutivos dos cinco elementos.


O ciclo construtivo cria ou gera harmonia e representa uma transformação positiva: a madeira alimenta o fogo, o fogo gera terra, a terra gera metal, o metal gera água, a água gera madeira, que por sua vez gera o fogo.



No ciclo destrutivo, os elementos interagem de maneira forte e competitiva: o metal, como uma lâmina afiada, corta a madeira, a madeira retira nutrientes da terra, a terra represa o movimento da água, a água apaga o fogo, e o fogo derrete o metal.

A sabedoria está em conseguir identificar esses cinco elementos e os ciclos em que se encontram e se posicionar frente a eles.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

tapeçaria guatemalteca

Quando a cabeça fervilha muito, prefiro dormir e deixá-la trabalhar sozinha. Mas queria postar alguma coisa. No caso, esta linda tapeçaria que mandei emoldurar ontem e ainda não pendurei.

As outras paredes vão morrer de inveja.

[ Aliás: pra acalmar a mente, vou olhar fixo para essa imagem... fixo para o ponto azul no centro... o ponto azul... azul... limpar a mente de todas as perturbações externas... focalizar o ponto azul... esse sorrisinho bobo da carinha azul me perturba... e a ausência de pupilas... vou bordar umas pupilas... azul... não... pretas... as pupilas... ]

terça-feira, 14 de abril de 2009

o menino do dedo verde

Maurice DruonAcabo de ler que morreu hoje, aos 91 anos, o Maurice Druon, autor de O Menino do Dedo Verde. Eu gostava muito desse livro. Ganhei um exemplar num concurso de cartazes no Santa Rosa de Lima. Aliás, acho que ganhei dois. Ou já tinha um quando ganhei o outro, não lembro. Também adorava A História sem Fim e Manu, a Menina que Sabia Ouvir, do Michael Ende. De lá pra cá, não mudei muito meu gosto literário. Li-os depois de adulta, de novo, e continuei gostando.

Outro livro que me vem à mente é O Meu Pé de Laranja Lima. Também o reli depois de velha. Um livro pra se debulhar em pranto. O menino apanhava o tempo todo e tinha por melhor amigo uma árvore. Afogada em lágrimas, eu mal conseguia virar as páginas.

***



Não é de todo mal revisitar o velho desde que também se olhe para a frente. Tanta coisa nova, flamante...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

o códice e o cinzel

Estreia nesta terça o documentário O códice e o cinzel, de Douglas Machado, sobre Luiz Antonio de Assis Brasil. O filme aborda uma série de temas relacionados ao escritor, como a Oficina de Criação Literária da PUCRS, a cidade de Porto Alegre, o pampa, a ascendência açoriana e a paixão pela música clássica. No Canal Brasil (Globosat, canal 66), às 10h30min.

Saiba mais sobre a Oficina de Criação Literária AQUI.

spammers gostam de tortéi

Ou será de abóbora?

Por alguma razão misteriosa, recebo um zilhão de spams diários aqui no blog na forma de comentários. Por isso, acionei uma ferramenta que exige que o primeiro comentário de cada usuário seja por mim liberado. O segundo, terceiro e assim por diante entram direto, sem a minha mediação. Por uma razão para mim ainda mais misteriosa quase todos esses spams se aplicam a um único post, intitulado "abóbora vai no tortéi", do dia 3 de março.

Alguém saberia explicar que fixação é essa?

sábado, 11 de abril de 2009

uvas venenosas

Acho que foi no ano passado que tive um pequeno piripaque - pequeno eu digo hoje, pois na época foi um fiasco grande. Eu estava em casa e comecei a sentir vontade de ir ao banheiro, ia até lá e nada. A cabeça doía, a vontade voltava, fiquei indo e vindo do banheiro, deitando no chão, me contorcendo, sofrendo por umas duas horas.

Como não passava, resolvi ligar pra minha mãe e dizer pra não me esperarem pro almoço. “Estou passando maaaaaaaaaaaaaaaal”. Minha mãe perguntou se eu queria que eles fossem até lá, eu disse que não precisava. Iam fazer o quê? Ela se propôs a ir igual, ia fazer um chá. Assim que desligou, fui até o quarto, chorei por uns dois minutos e o piripaque passou. Liguei de volta com vergonha do fiasco, mas era tarde. Já tinham saído. Minutos depois batiam à minha porta. Minha mãe com o almoço em mãos e o meu pai meio sem graça.

Pois bem, ontem à tarde me deu um negócio parecido. Um micropiripaque, que consistiu numa dor de cabeça forte e num mal-estar generalizado. Lembrando da experiência anterior, mesmo sem entendê-la, resolvi abreviar o processo. Liguei pros meus pais, que eu sabia estarem na praia, e relatei a situação. Assim que desliguei, fui pro banheiro e vomitei. Toda uva que eu tinha comido.

Mais tarde, no shopping com Vanessa L., sua mãe e sua filhinha Alice, contei o episódio. A mãe da Vanessa concluiu que foram as uvas. Também ela teve uma reação alérgica. Não vomitou, mas ficou com a pele toda empipocada.

Não sei. Pode ser. Há certos detalhes comuns aos dois episódios que prefiro deixar de lado. O determinante foi a uva. O chato é que eu adoro uva. E ainda tem na geladeira.

Vou comer bem devagarinho e com consciência e vamos ver se dessa vez me safo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

pré-feriadão no súper

Hoje saí da Assembleia e encontrei dois deputados no supermercado, um da oposição, outro da base. E daí? Daí nada. Só achei engraçado termos estado toda a manhã numa mesma sala, sérios e compenetrados, e depois irmos todos ao mesmo súper. Eu queria comprar champagne (espumante), mas um deles não saía da frente da prateleira. Fiquei esperando.

Acho que todo mundo resolveu garantir as compras antes do feriado. Mas não havia motivo pra correria. Conforme informou-me o segurança, o Zaffari estará aberto todos os dias, em horário normal, inclusive na sexta.

(Súper-substantivo tem acento; super-prefixo, não)

lusófonos, participai

A Editora Positivo, que publica o Dicionário Aurélio, está aberta à colaboração de ativos e nativos falantes da língua portuguesa. Diz a responsável pela edição (Valéria):

“Você já procurou alguma palavra no Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o Aurelião, e não a encontrou? Qual palavra era? Se esse for seu caso, por favor, envie essa palavra para mim. Estão aqui incluídas palavras de todos os tipos: técnicas, gírias, estrangeirismos etc.”

Quem passa o recado é o Antônio, da Vanessa, por isso as contribuições podem ser enviadas a ele:

Antônio Venâncio Jr.
antoniov@positivo.com.br
tel: 55-41-3218-1014
www.editorapositivo.com.br

***


A minha dissertação de mestrado versou justamente sobre novas palavras. Com o auxílio do meu orientador, professor Félix, criei uma taxonomia para os neologismos e apresentei orientações sobre como lidar com eles nos dicionários e no texto jornalístico. Foi um aprendizado grande, muito interessante, embora eu nem sempre o aplique (pensar cansa e coerência dá trabalho!). Um dia desses publico um resuminho por aqui.


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Eleito por 115 votos, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira será o homenageado do XIII Congresso Nacional de Linguística e Filologia. Ismael de Lima Coutinho ficou em segundo lugar, com 101 votos, e Carlos Henrique da Rocha Lima em terceiro, com 76 votos.



O evento será de 24 a 28 de agosto na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e as inscrições podem ser feitas pelo site www.filologia.org.br/xiiicnlf.

O problema é que no mesmo exato período (24 a 28 de agosto), realiza-se a 13ª Jornada Nacional de Literatura, em Passo Fundo, com participação de Zuenir Ventura, Ignácio de Loyola Brandão, Pierre Lévy, Moacyr Scliar, Nélida Piñon, Guilherme Fiúza e muitos, muitos outros.

terça-feira, 7 de abril de 2009

7 de abril

Feliz Dia do Jornalista para nós!

Colegas, já temos um pretexto hoje para almoçar no Multipalco (embora os salários não permitam extravagâncias).



Meu amigo Felipe ficaria intrigado. É dele a pérola:



"Não entendo esse povo que fica dizendo que não dá nem pra comer com um salário mínimo. Eu e o Fausto jantamos perfeitamente bem ontem à noite e gastamos 300 reais."

sábado, 4 de abril de 2009

as estantes dos meus irmãos

Fabrício:


[caption id="attachment_802" align="aligncenter" width="477" caption="Da esquerda para a direita: O Guia de Investimentos, Guide to Investing, Filho Rico Filho Vencedor, Como ficar Rico, Aposentado Jovem e Rico, Profecias do Pai Rico, (…) Dinheiro, Empreendedor Rico, Vendedor Rico, Own your Own Corporation, Como conseguir dinheiro, Yout to be Rich, O Milionário em um Minuto..."][/caption]

 Mirella:

[caption id="attachment_816" align="aligncenter" width="477" caption="Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. "][/caption]

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sexta-feira, 3 de abril de 2009

hábitos de leitura na família peruzzo

Acabo de chegar da casa dos meus pais, onde almoço quase todos os fins de semana. Quando saí, minha irmã estava no quarto arrumando a estante. "Quais são as cores do arco-íris?", me perguntou. Respondi algo do tipo "sei lá, procura na internet" e ela surgiu com uma dúvida ainda mais pungente: "mas tu sabe a ordem das cores do arco-íris?"

Ora, por quê... Minha irmã havia decidido organizar os seus livros por esse critério, algo que ela leu num blog (os blogs estão cheios de ideias úteis). Ela estava nos tons vermelhos quando bati a porta, mas não sei se começou do começo. Pedi que tirasse uma foto ao terminar.

Haverá alguma cor predominante? Se houver, representa alguma preferência literária da minha irmã? Ou uma tendência do mercado editorial?

Possivelmente, a Mir está cheia de coisas para fazer (e qualquer coisa parece mais importante do que organizar os livros segundo as cores do arco-íris), mas o ser humano é assim: às vezes se atém a detalhes. Não é nos detalhes que reside o encanto do inusitado?

***


Na estante do meu irmão a ordem dos livros é mais ou menos assim: Você milionário, Pai rico pai pobre, Meu jeito de fazer negócios, O homem mais rico da Babilônia, Empreendedor rico, Investimentos inteligentes, O segredo para realizar seus sonhos...

Enfim, mesmo pai, mesma mãe, mas... ei... peraí, existe um elo entre os dois:

O que é mesmo que há no final do arco-íris?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

hein? quando?

Manhã de sábado. Alguma coisa acontece na cidade, mas não sei o quê. Eu estava tentando espichar o sono, postergar as tarefas, mas não deu. É muita buzina invadindo a janela. Ou talvez não esteja acontecendo nada. Agora que levantei já nem ouço tanto, mas... aaaah... não, está sim acontecendo alguma coisa... São aquelas buzinadas ritmadas... bi-bi  bibibi. Na tevê, passa desenho. O rádio não funciona. Internet, vejamos... Milhares de colorados se reúnem para celebrar o centenário... tá explicado...