Depois de algumas rusgas e dificuldades, foi lindo o nosso lançamento. Fica o registro:
[caption id="attachment_1199" align="alignleft" width="500" caption="1º de Agosto de 2009, Porto Alegre"][/caption]
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
mpf
Anteontem larguei o Eça de Queirós na cabeceira e me pus a ler as 250 páginas do primeiro volume da ação civil do MPF. Embora ache o fim do mundo a tal quebra de sigilo (o cidadão vai recorrer a quem no caso de se sentir exposto/lesado, se nem as instituições o respeitam?), meu lado humano, falho e curioso prevaleceu (fora o interesse jornalístico, literário e jurídico do caso).
Ignorante que sou (nunca havia lido uma ação desse tipo) e esquecendo tratar-se de uma peça acusatória, imaginava encontrar um texto sério, contido, que aspirasse à imparcialidade, e acabei me surpreendendo com o estilo.
Também me surpreendi com os personagens, tão próximos! Até o... deixa pra lá... Constrangedor foi ver algumas pequenices do dia-a-dia da AL expostas numa peça policial.
Registro a variação de termos para descrever a suposta quadrilha e suas atividades criminosas: “mega-esquema delituoso”, “verdadeiro pool empresarial da criminalidade”, “bureau criminoso”, “societas delinquentium”...
E alguns excessos:
exclamações duplas - "o escoamento, a sangria, o desvio dos já combalidos cofres estatais provocou dano estratosférico, na ordem de quarenta e quatro milhões de reais!!";
considerações sobre o caráter do gaúcho - "levantando-se o pano da cena delituosa e restando desnudada toda a fraude, o que tornou possível a identificação dos atores criminosos integrantes da quadrilha, urdida, arquitetada e desenvolvida nos bastidores acadêmicos e políticos riograndenses, tão decantados como supostos paradigmas de excelência e ética perante a Nação brasileira";
e até uma variante do “nunca antes na história deste país” - “Provavelmente, não exista precedente na história do Estado Sul-Riograndense de ‘estrutura empresarial' com tamanho aspecto organizacional e gerencial voltados para a prática criminosa”.
Fico por aqui.
Ignorante que sou (nunca havia lido uma ação desse tipo) e esquecendo tratar-se de uma peça acusatória, imaginava encontrar um texto sério, contido, que aspirasse à imparcialidade, e acabei me surpreendendo com o estilo.
Também me surpreendi com os personagens, tão próximos! Até o... deixa pra lá... Constrangedor foi ver algumas pequenices do dia-a-dia da AL expostas numa peça policial.
Registro a variação de termos para descrever a suposta quadrilha e suas atividades criminosas: “mega-esquema delituoso”, “verdadeiro pool empresarial da criminalidade”, “bureau criminoso”, “societas delinquentium”...
E alguns excessos:
exclamações duplas - "o escoamento, a sangria, o desvio dos já combalidos cofres estatais provocou dano estratosférico, na ordem de quarenta e quatro milhões de reais!!";
considerações sobre o caráter do gaúcho - "levantando-se o pano da cena delituosa e restando desnudada toda a fraude, o que tornou possível a identificação dos atores criminosos integrantes da quadrilha, urdida, arquitetada e desenvolvida nos bastidores acadêmicos e políticos riograndenses, tão decantados como supostos paradigmas de excelência e ética perante a Nação brasileira";
e até uma variante do “nunca antes na história deste país” - “Provavelmente, não exista precedente na história do Estado Sul-Riograndense de ‘estrutura empresarial' com tamanho aspecto organizacional e gerencial voltados para a prática criminosa”.
Fico por aqui.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
pare de reclamar e concentre-se nas coisas boas
Pois então... Na última semana de julho, quando minha analista adoeceu, as colegas tiraram férias, meus pais foram passear em Minas e eu fiquei na AL meio solita, brigando com tudo e com todos, desde a moça do cafezinho até as chefias mais graduadas, caiu-me em mãos esse livrinho bobo, de auto-ajuda. Ok, não foi bem cair, eu o vi na livraria e o peguei, interessada e consciente, mas enfim...
O livro propõe que se passe 21 dias seguidos sem reclamar - de si ou dos outros. Toda vez que o fizer, a pessoa deve trocar um objeto de lugar (pra tomar consciência do fato) e recomeçar do zero. Na hora, pensei: fácil, pelo menos agora, enquanto estou no shopping sozinha, já que resmungar pensando pode. E lá me fui a caminhar com meus pensamentos.
Não deu nem dois minutos, percebi o quanto me queixo... sozinha. Não em silêncio, mas em alto e bom som!
Passei a pulseira da mão direita para a mão esquerda gritando “droga, resmunguei” e, imediatamente, tapei a boca. Devolvi a pulseira para a mão direita e segui até o carro quietinha, atenta, pensante.
O livro alerta para isso. Que não nos damos conta do quanto nos lamentamos, seja pra aliviar a ansiedade, seja para puxar assunto. E, na linha de O Segredo, diz que com isso acabamos atraindo somente mais queixas e mais ansiedade.
Ainda não tenho uma posição formada sobre o assunto. Não consegui completar nem um dia. Prometo me manifestar a respeito quando tiver resultados.
O livro propõe que se passe 21 dias seguidos sem reclamar - de si ou dos outros. Toda vez que o fizer, a pessoa deve trocar um objeto de lugar (pra tomar consciência do fato) e recomeçar do zero. Na hora, pensei: fácil, pelo menos agora, enquanto estou no shopping sozinha, já que resmungar pensando pode. E lá me fui a caminhar com meus pensamentos.
Não deu nem dois minutos, percebi o quanto me queixo... sozinha. Não em silêncio, mas em alto e bom som!
Passei a pulseira da mão direita para a mão esquerda gritando “droga, resmunguei” e, imediatamente, tapei a boca. Devolvi a pulseira para a mão direita e segui até o carro quietinha, atenta, pensante.
O livro alerta para isso. Que não nos damos conta do quanto nos lamentamos, seja pra aliviar a ansiedade, seja para puxar assunto. E, na linha de O Segredo, diz que com isso acabamos atraindo somente mais queixas e mais ansiedade.
Ainda não tenho uma posição formada sobre o assunto. Não consegui completar nem um dia. Prometo me manifestar a respeito quando tiver resultados.
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